sexta-feira, julho 15, 2005 

....

Para continuar uma poesia que teima em não
se tornar mais um de meus poemas comuns...
Poesia tal, que me chama em partes e não me
deixa saber sua conclusão...
Agora, é necessário, além das palavras, tinta e textura...
fragilidade e solidez. É necessário linhas que se perdem
em tons e falhas amenizadas por cores...
Essa poesia não veio pronta, mas em construção.
Mas não parece ser nova, mesmo sendo.

Nesta hora, a proposta é fazer o que não se faz.
Então... aparece o borrão...











CONSTRUÇÃO

As paredes sobrepostas como sempre
Atravessavam-se com a pretensão de adormecer
Adormecer para envelhecer
eternamente
e encontrar em novas mãos
o alvorecer
Versos chegaram cedo
e foram breve
Dores mancharam cedo
nascendo o velho

E a construção ficou vazia
de repente
Como um soluço depois do choro
premente.


[Gravura e Poema por Nathalia da Mata]

sábado, julho 02, 2005 







"Quem vai evitar que os ventos
Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
E espalhem nossos lamentos"

[Pablo Milanés e Chico Buarque]

 

PAREDES VELHAS

As paredes mal - feitas enfeitiçaram - me
e pude ver por entrelinhas
entre o pó, caído pela ausência de luz,
que teus olhos invasivos sobrevoavam minha paz

Martelavam as dores no concreto tênue:

espaço a vazio

castelos a casebres

argumentos à realidade.

Enquanto houver sons capazes
de te adormecer
estarei a caminho de teus evasivos
olhos

Quando houver nuvens capazes
de me emudecer
foi tempo suficiente para o pó cobrir teus ínvios
olhos.

Mas entre os sons e as nuvens
Existe somente o agora
Com todo seu poder irracional e melancólico
Por dentro de um medo idiota,
Por fora de um imediatismo insensato.

E é no agora que minha estupidez
apregoa-me meus erros!

[Nathalia da Mata]
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Gostaria de deixar para sempre "Do outro lado do mar" como o
poema de agora (num eterno agora), mas eu não conseguiria acompanhar o "para sempre".
Então, já que estão erguidas as paredes velhas... post!

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