segunda-feira, junho 12, 2006 

Em homenagem a ontem

Um extenso céu
cerimoniava
tudo que vagava
por causa da existência.

O tumulto das nuvens

do passado
rodeava tudo
como pássaros antes do sereno.

Estás aí?!
A olhar-me
entre os véus da noite?
... ... ...
Imersos no tempo
Pairamos
sobre o espaço
como possibilidades de destino.


Amanhecendo, castigados.
Semeando, aliviados.
libertando, decompostos.

De onde vem o sopro,
nasce também a tempestade.
Somos circunferências
da plenitude que desconhecemos.
... ... ...
Tudo vagava
por causa da existência
como pássaros
antes do sereno.

Nathalia da Mata
Recife, 12 de junho de 2006 - 01:36

quinta-feira, junho 01, 2006 

Cantada

eu ouvi do inesperado
:
- esse cara é um otário,
o que mais importa é o amor!

e como pôde surpreender-me com o amor
alguém
para quem minhas cantadas não funcionam
pior, saem ao contrário
melhor, são transformadas em alheias.
eu vítima de mim
com as poesias nas mãos!
não teve bordão,
frase feita ou inventada
não teve breves filosofias sobre os horizontes
paginados em mentiras divina
nada
sobre o tempo e o abstrato
sobre a incoerência do substantivo concreto
que eu cantasse e servisse
pensei em apelar
para a teoria das dimensões matemáticas
que explicam as existências eternas e
inextricavelmente interrelaciondas
do destino e do livre-arbítrio
mas visto minhas frustrações anteriores
Tudo seria provinciano
óbvio, ou derrubado...
- preferi não apelar-
eu sem palavras encantadoras
nem João Cabral me ajudou!

:
- então... é melhor beijar-me.

[Nathalia da Mata]

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