quinta-feira, junho 16, 2005 

Do outro lado do mar


A lua que não era pra ser vista.

Nem escrita havia sido
A epígrafe de qualquer história
Que pudesse talvez ser,
Mas a lua já queria ser vista
E cantava como quem chama o amor
Avermelhava os olhos do que era céu
Ocultava o tempo do que era ser

Nem havia vogais
Balbuciando um início de choro
Que pudesse talvez ser,
Mas a lua queria ser
De quem respirava próximo a lábios
De quem beija
Mas não era pra ser vista


A lua era a epígrafe de outras histórias.

Então o que fazem os heróis
Quando é confusa a bondade?

Nem havia vento
Para contar um pequeno acaso
Nem havia como distrair
Seu sorriso com inocência para o meu
Do outro lado do mar
Esperávamos para sempre

Então o que fazem os heróis
Com o amor?

A lua já chegava no alto da noite
Era cedo ainda.
E por que cantar às cidades e deixá-las?
As pedras protegem a lua, a minha voz.
E os heróis
Escondem seus beijos.


[Nathalia da Mata]

sexta-feira, junho 10, 2005 

O Toque de Hipócrates

[por Bruninha Almeida]

A ocasião é fugidia.
O que passou não retorna
por maior que seja
o desejo ou a esperança.

Tempos de maré mansa,
correnteza tranquila
e paixão avassaladora, agora
escoam em lembranças.

E a gente sente e julga,
teima e insiste em achar
que a experiencia nos será valiosa,
que a amargura sentida,
fenecerá mais depressa ou apenas
não encontrará mais espaço entre atos.

Mas no fim da cena,
julgamentos difíceis de avaliar,
nos quais
nem a enganadora experiencia
nos fornece certezas e céus estrelados.

quinta-feira, junho 02, 2005 

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"Pode querer dizer nada
ou então dizer
Que eu te aguardo"

[Zé Miguel Wisnik e Alice Ruiz]

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Paredes velhas
erguem-se entre nós...
Não é simples
abraçar a parede
e ainda assim evolver-te.
Pra tentar
basta saber
que pode perder.

[Nathalia da Mata]



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