sábado, janeiro 22, 2005 

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Caros,

Estarei participando nos próximos dias do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre,
e por tal motivo este Blog "adormecerá" um pouco mais que de costume.

Espero retornar com palavras reinvetadas!
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VISITA


Em arrepios constantes a alma se entregou
Como se já estivesse pronta para partir
Como de repente os olhos eram cegos
tudo ficou sem prumo
e o destino se perdeu

Em 1929 era semana de raiva
O homem chorou o futuro
As idéias derramaram-se em arte

Em necessidade não se aprende
nem se arrepende
O instinto nos mata
As portas precisavam de silêncio
:estou oco
vivendo destinos de outros
idéia antiga!

As lágrimas rangiam aos olhos
A ventania entregava os poetas
Acudam-me: é 1929!
Sopros de vidas se pitam em telas negras
em cores de absinto
antevendo a morte violenta dos homens
sem filhos

Em dor caminhou
A alma se entregou como se fosse tarde
como de repente faltasse céu
faltasse lama
tudo
:estou vivo
no ombro do destino das idéias de outrora!


[Nathalia da Mata]

Nota: este poema é um "diálogo" com o poema
- Pela Noite de Barulhos Espaçados - de Mário de Andrade

terça-feira, janeiro 18, 2005 

Inteiro [provisório]

Quero a sordidez da poesia
a astúcia!
quero o erotismo controverso
o contra-verso
quero o olhar desinibido
a polêmica
quero a distância
a novidade
quero a falta de ar
o trava-línguas
quero a sutileza
a majestade!
quero o acontecimento da poesia
e a descoberta.

[Nathalia da Mata]

sábado, janeiro 15, 2005 

Coisas em mim florescem


eu só quero amar um mar
e só quero descansar
quando eu cansar
coisas que me plantam à cabeça
quando o branco dos papeis
encantam os olhos
quando o branco do meu nada
me adormece
perdido num altar
no ser do ar
quando coisas de mim
florescem
eu só quero amar um mar...
pára, pensamento inerte!
pára, estupidez!
coisas de mim
florescem
eu só quero amar um mar
e só quero descansar
quando eu cansar!

[Nathalia da Mata]
Especiais agradecimentos:
Adonai

sábado, janeiro 08, 2005 

Noutro país

Noutro país estão seus contornos
Lembro-me das silhuetas
Das mãos
Do cheiro de ervas em seu perfume
Da dor de acácias em meus lamentos
Das minhas palavras enferrujadas
Para desejar
Noutro país estão meus esquecimentos
Meus suspiros
Meu olhar morto
Quase acredito
Que tudo são esquecimentos
Audacioso amor de vento,
O sabor da incerteza salgada
Conserva (m)seus dias.

[Nathalia da Mata]

quarta-feira, janeiro 05, 2005 

Sobre a Passagem

Eu vinha aprendendo poesia
quando me deparei com a mágica

Eu vinha carregando santos
e soletrando canções
quando me deparei!

Eram derradeiros os sentimentos
e conclusivas as definições dos profetas
havia concordância sobre as guerras
havia ilusão.

Eu vinha dormindo,
assobiando denúncias

Eu vinha fugindo das asas profanas
eternas montanhas a navegar

Eu vinha dormindo em flores
e os demônios cantarolavam devagar.


[Nathalia da Mata]

terça-feira, janeiro 04, 2005 

Dentes

Dentes gigantes se puseram em meu sonho
devoraram a esperança do retorno
castigaram secamente teus lábios
depois seguiram pela estrada.

[Nathalia da Mata]

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