quarta-feira, janeiro 11, 2006 

as alegorias de uma noite sem intenções:

Vítima (pseudo-vítima)
[Nathalia da Mata]

um eu te amo
quase vazio

quase gritando
quase um punhal
sereno
um eu te amo
certeiro, ferrenho, duro
preterível, banal
cuspido
quase cretino, insensato
sem querer

Quero acreditar

um eu te amo
de sopro, assustado
pequeno
quase menino
imaturo, sem cor

domina-me de dor

um eu te amo
errado, real
por escrito
suspeito, de mal-gosto
inteiro, vilão
um eu te amo
sem curvas, objeto
de merda, alemão.
um eu te amo
de nada, dosado
para me ferir.

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