Calçadas
Às vezes, a miséria me bate à porta
E as lágrimas não me vêm aos olhos
Como que andasse por qualquer rua
Como que visse qualquer sol
Às vezes, sinto-me em meio à escuridão
Como que qualquer luz não me chegasse
Qualquer luz!
E há
janelas em volta ao meu nada
como que buracos negros estivessem mortos
e as estrelas não sorrissem
Como que o tempo não existisse mais
E o homem não pensasse na eternidade.
[Nathalia da Mata]