Viajantes
certamente parecia parado
o universo
enquanto os versos
arrumavam amor
certamente, sem rosas, parecia cinzento
o tempo
enquanto caminhávamos
entre os canteiros
os viajantes dessa vida
éramos
cativantes de lágrimas
pescadores de destinos
os cigarros no balcão
as chaves
estradas selvagens
aguardavam lá fora
certamente parecia crescido
o mato
dos terrenos, das casas
cárceres dos donos
certamente era impressão
as palavras
os poemas feitos
enquanto os dias soluçavam
os viajantes passaram
o tempo
dos versos entre aqueles canteiros
mas nada plantaram.
[Nathalia da Mata]