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sábado, julho 02, 2005 

PAREDES VELHAS

As paredes mal - feitas enfeitiçaram - me
e pude ver por entrelinhas
entre o pó, caído pela ausência de luz,
que teus olhos invasivos sobrevoavam minha paz

Martelavam as dores no concreto tênue:

espaço a vazio

castelos a casebres

argumentos à realidade.

Enquanto houver sons capazes
de te adormecer
estarei a caminho de teus evasivos
olhos

Quando houver nuvens capazes
de me emudecer
foi tempo suficiente para o pó cobrir teus ínvios
olhos.

Mas entre os sons e as nuvens
Existe somente o agora
Com todo seu poder irracional e melancólico
Por dentro de um medo idiota,
Por fora de um imediatismo insensato.

E é no agora que minha estupidez
apregoa-me meus erros!

[Nathalia da Mata]
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Gostaria de deixar para sempre "Do outro lado do mar" como o
poema de agora (num eterno agora), mas eu não conseguiria acompanhar o "para sempre".
Então, já que estão erguidas as paredes velhas... post!

Paredes velhas
erguem-se entre nós...
Não é simples
abraçar a parede
e ainda assim evolver-te.
Pra tentar
basta saber
que pode perder.

Paredes velhas
erguem-se entre nós...
Não é simples
abraçar a parede
e ainda assim evolver-te.
Pra tentar
basta saber
que pode perder.

É mesmo bem original o estilo lírico que você está desenvolvendo, Natha. "Estarei a caminho dos teus evasivos olhos", que coisa bonita!

Kleber

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